segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Personalidade Borderline e Características Clínicas



O Transtorno de Personalidade Borderline apresenta muitas manifestações clínicas. Entre elas, o manual diagnóstico( DSM IV-TR) destaca:


- Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginário.


- Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis, com alternância de extremos de idealização e desvalorização.


- Perturbação da identidade, instabilidade acentuada da autoimagem.


- Impulsividade em duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa: gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, comer compulsivamente, dirigir de forma imprudente.


- Recorrência de gestos, comportamento e ameaças suicidas ou de comportamento automutilante.


- Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor( irritabilidade, ansiedade).


- Sentimentos crônicos de vazio.


- Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva( demonstrações frequentes de raiva, raiva constante, agressividade física).


-Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos( mudanças de estados de consciência).

Personalidade Borderline



Na década de 40, os clínicos começaram a descrever certos pacientes que não eram suficientemente doentes para serem rotulados de esquizofrênicos, mas que também eram perturbados demais para o tratamento psicanalítico clássico. Esse grupo "intermediário" apresentava prejuízos no funcionamento do ego( eu), com incapacidade de fazer planos realistas,dificuldade de controle de impulsos e pensamento irracional. Essa entidade "confusa" apresentava-se distribuída num espectro amplo, com predominância de falta de identidade pessoal coesa, dificuldade de manter relacionamentos interpessoais estáveis, apresentando a raiva como o principal ou único afeto e depressão difusa.

Gunderson e Singer, em 1975, revisaram essas características descritivas e estabeleceram os critérios racionais para o diagnóstico: afeto intenso de natureza depressiva ou raivosa, impulsividade, adaptação superficial a situações sociais, episódios psicóticos transitórios, pensamento frouxo em testagem projetiva e alternância de relações, variando de extrema dependência à superficialidade transitória.

Tratamento do Alcoolismo



O alcoolismo é um problema de saúde pública. O primeiro passo é a realização do diagnóstico.O paciente geralmente nega o problema, sendo muitas vezes levado à consulta por familiares. Diminuir essa negação é o primeiro passo. A aceitação do problema é o grande desafio inicial do tratamento bem-sucedido. Estabelecer a relação entre os problemas atuais e o consumo de álcool pode motivar o paciente a seguir um plano de tratamento. Exames complementares são necessários para verificar as repercussões orgânicas do álcool.

A orientação inicial é a cessação absoluta do consumo. Pacientes com síndrome de abstinência leve(SAA) podem ser acompanhados em nível ambulatorial. A SAA grave deve ser abordada em ambiente hospitalar. O tratamento de eleição são os benzodiazepínicos(BZD), que aliviam os sintomas de abstinência por apresentarem tolerância cruzada com o álcool( ocupam os mesmos receptores gabaérgicos e minimizam a falta do álcool nos receptores).As outras abordagens são as psicoterápicas e incluem: terapia cognitivo-comportamental(TCC), psicoterapia de grupo, participação em grupos de ajuda mútua(Alcoólicos Anônimos), comunidades terapêuticas. Além do tratamento do alcoolismo, outras doenças mentais e físicas precisam ser tratadas paralelamente.

Síndrome da Dependência Alcoólica(SDA)



É um conjunto de fenômenos comportamentais, fisiológicos e cognitivos no qual o uso do álcool alcança uma prioridade muito maior do que outros comportamentos antes valorizados.

Três dos seguintes critérios precisam estar presentes em qualquer momento no mesmo período de doze meses:


- Forte desejo ou compulsão para usar álcool.


- Dificuldade em controlar o consumo em termos de início, término e níveis de consumo.


- Abstinência: conjunto de sintomas( náuseas, vômitos, sudorese, ansiedade, irritabilidade, tremores de lábios e extremidades) de gravidade variável, ocorrrendo na diminuição da quantidade de álcool ingerida após uso repetido e prolongado ou abstinência completa. Casos graves podem evoluir para convulsões, estados confusionais, desorientação temporal e espacial, alucinações auditivas, visuais e táteis( delirium tremens).


- Tolerância: aumento progressivo da quantidade de álcool ingerido para alcançar os mesmos efeitos que originalmente eram obtidos com doses mais baixas ou os efeitos iniciais não são obtidos mantendo-se a dose consumida.


- Abandono progressivo de atividades para usar o álcool, aumento da quantidade de tempo despendido para obter, beber ou se recuperar dos efeitos do álcool.


- Persistência do uso mesmo diante da evidência clara de danos nocivos à saúde física e mental e de problemas sociais.