A depressão bipolar é um quadro grave , crônico, um dos polos do transtorno afetivo bipolar(TAB). Em 80 % do tempo , o TAB cursa com sintomas residuais depressivos, bastante resistentes ao tratamento.
Como falado em outros tópicos, a depressão bipolar é tratada com estabilizadores de humor(EH) e não com antidepressivos. Em alguns casos, o uso de EH isoladamente não produz a remissão completa dos sintomas depressivos. Então, adicionamos antidepressivos convencionais ao regime terapêutico ou tentamos potencializar os EH.
A depressão bipolar continua um dos desafios do psiquiatra, haja vista a cronicidade e as repercussões neurológicas da doença. A sua evolução prolongada causa atrofia neuronal, principalmente no hipocampo, região responsável pela memória e localização espacial.
É muito importante o uso contínuo das medicações, para evitar a toxicidade das oscilações de humor e das fases depressivas crônicas.
A depressão , seja bipolar ou unipolar, é uma doença grave, de alta prevalência na população, atualmente ocupa a quarta colocação como causa de incapacitação profissional. Estimativas da OMS projetam que a depressão ocupará o segundo lugar como causa de incapacitação profissional até o ano 2020. Isso tudo sem falarmos dos custos diretos e indiretos ligados aos prejuízos familiar, pessoal e interpessoal. A associação de cardiologia considera o transtorno depressivo como fator de risco cardíaco isolado, juntamente com o tabagismo, sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica. O risco de mortalidade cardíaca aumenta de três a cinco vezes em pacientes depressivos.
A cada dia, novas pesquisas relacionam a depressão com marcadores inflamatórios no organismo, o que pode estabelecer a ligação dessa doença com outras doenças clínicas no futuro.