ATÉ QUE PONTO PODEMOS ACEITAR UM USO RECREATIVO DAS DROGAS?
Hoje participamos de uma mesa-redonda com dois expoentes da pesquisa e tratamento da dependência química no Brasil, Sérgio de Paula Ramos (POA) e Ronaldo Laranjeira(SP). Eles responderam a essa questão acima. E a resposta é NÃO. Não podemos aceitar o uso recreativo de drogas.
Principalmente os jovens são uma população vulnerável aos efeitos nocivos das drogas. Como os seus cérebros estão em processo de desenvolvimento( fase da poda neuronal), a exposição a drogas altera a configuração de circuitos neuronais( "a formatação" nas palavras do prof. Ronaldo Laranjeira), principalmente núcleo accumbens, lobo pré-frontal, orbito-frontal, que participam da regulação das sensações de reforço de prazer e controle de impulsos. Os jovens expostos às drogas teriam um esgotamento dopaminérgico do circuito do prazer. Isso diminuiria as respostas prazerosas a situações cotidianas. "Esses jovens teriam que reaprender a sentir prazer com outros estímulos menos intensos que as drogas ", reforçou o prof. Laranjeira.
Hoje participamos de uma mesa-redonda com dois expoentes da pesquisa e tratamento da dependência química no Brasil, Sérgio de Paula Ramos (POA) e Ronaldo Laranjeira(SP). Eles responderam a essa questão acima. E a resposta é NÃO. Não podemos aceitar o uso recreativo de drogas.
Principalmente os jovens são uma população vulnerável aos efeitos nocivos das drogas. Como os seus cérebros estão em processo de desenvolvimento( fase da poda neuronal), a exposição a drogas altera a configuração de circuitos neuronais( "a formatação" nas palavras do prof. Ronaldo Laranjeira), principalmente núcleo accumbens, lobo pré-frontal, orbito-frontal, que participam da regulação das sensações de reforço de prazer e controle de impulsos. Os jovens expostos às drogas teriam um esgotamento dopaminérgico do circuito do prazer. Isso diminuiria as respostas prazerosas a situações cotidianas. "Esses jovens teriam que reaprender a sentir prazer com outros estímulos menos intensos que as drogas ", reforçou o prof. Laranjeira.
O psiquiatra Sérgio de Paula Ramos mostrou resultados estatísticos dos riscos do uso precoce de drogas entre os jovens. Os prejuízos acadêmicos em usuários leves de maconha já são evidentes quando comparados com os não usuários. Quanto menor a idade de experimentação, maior o risco de desenvolvimento de dependência de maconha. Além disso, a maconha é uma porta de entrada para o uso de outras drogas e está relacionada com o desencadeamento de surtos psicóticos e esquizofreniformes. Então, toda a discussão em torno da liberalização da maconha torna-se uma falácia, pois a liberalização vai aumentar o uso direto da substância e o uso indireto de outras drogas.
Questionados quanto à necessidade de políticas públicas para o álcool e outras drogas, os dois palestrantes foram veementes na premência dos profissionais de saúde se engajaram numa campanha anti-drogas, que se oporia a interesses políticos.
Em comemoração aos quarenta anos do Festival de Woodstock, onde se pregavam Paz, amor e drogas, o psiquiatra Sergio de Paula Ramos mostrou o desfecho da vida dos ícones do Rock da época, que acabaram morrendo por overdose de heroína e outras drogas. A psiquiatra Carla Bicca reforçou que devemos assumir um posicionamento "radical" na proibição do uso precoce de álcool entre menores de 18 anos, para minimizar o risco da janela de vulnerabilidade.
Foi uma discussão bastante produtiva.Mais uma vez se reforça o poder deletério do álcool, maconha, cocaína e outras drogas na sociedade. A pergunta que deixo é a seguinte: Quando se está perdendo uma guerra, aliar-se ao inimigo é um sinal de derrota?