quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Déficit de Memória e Sono



Uma das queixas comuns no consultório é o déficit de memória em pessoas jovens. Há tempo se sabe da influência de transtornos mentais na memória, com estudos correlacionando alterações na região do hipocampo, por toxicidade dessas doenças, seja depressão, ansiedade, esquizofrenia e outras.
Agora se soma a essa gama de causas mais um fator reconhecido como causador de déficit de memória. Qualquer estímulo que torne o sono superficial, mesmo que não reduza o tempo total de sono, diminui a ativação hipocampal, interferindo na memória e aprendizado. O sono superficial pode ser causado por diferentes fatores: ruídos ambientais, estresse, apnéia do sono, excesso de luminosidade, ingestão de álcool e drogas. O trabalho foi publicado na Nature Neuroscience em 2009.

Farmacogenética- A dose na medida certa






Os pacientes apresentam uma variabilidade de resposta aos medicamentos prescritos. Devido a características de metabolização das drogas pelo fígado, determinada geneticamente, as doses precisam ser individualizadas. A Farmacogenética é um campo de pesquisa que estuda essas diferenças, popondo testes que contemplem o perfil metabólico de cada paciente. Nos EUA as bulas de dois medicamentos usados no câncer de mama estão sofrendo alterações para ajudar no ajuste das doses recomendadas. O objetivo é encurtar o tempo de latência da ação terapêutica , evitar falhas de tratamento , economizar recursos financeiros e minimizar efeitos colaterais graves.
Cerca de 6 a 8 % das admissões em hospitais em países desenvolvidos se devem a efeitos colaterais adversos de medicamentos.
Na Psiquiatria , como muitos medicamentos sào metabolizados na via principal de interesse da Farmacogenética, o citocromo P450, essa especialidade deve se beneficiar bastante dos avanços no estudo dos antidepressivos.

Depressão e Menopausa



As pesquisas apontam que existe uma perda óssea em mulheres depressivas na pré-menopausa. Em novembro de 2007 um estudo publicado no Archives Of Internal Medicine comprovou esses achados. Houve a presença de baixa densidade mineral óssea e aumento das citocinas pró-inflamatórias em mulheres depressivas. Isso aumentaria o risco de fraturas na menopausa. Entre as possíveis explicações estão mecanismos endócrinos com aumento do cortisol, da adrenalina, em estados de estresse crônico, alterações imunológicas causadas pela depressão, como aumento da interleucina 6, um potente fator de reabsorção óssea.
A depressão afeta 5 a 9 % das mulheres em idade reprodutiva e estaria associada à perda de densidade óssea em 10 % nesta população. O uso de antidepressivos pode evitar o risco de complicações relacionadas a fraturas, por bloquear os mecanismos pró-inflamatórios.