sábado, 17 de outubro de 2009

Tratamento do Comprador Compulsivo



Os tratamentos são dividos em tratamentos biológicos( medicamentos) e psicológicos( psicoterapias).

No tratamento biológico, os medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor são geralmente indicados, em virtude da ação no descontrole de impulsos e na instabilidade do humor, muito presentes nestes quadros patológicos.

Alguns medicamentos específicos foram testados como a naltrexona( também usada em dependentes de álcool), com boa resposta, o citalopran, a fluvoxamina( quando há comorbidade com o transtorno obsessivo-compulsivo- compras para armazenamento- "hoarder" e a variação impulsiva-10 % dos casos).

O tratamento psicoterápico mais investigado é a terapia cognitivo-comportamental(TCC), cuja meta não é a abstinência total, mas a identificação de momentos de comprar compulsivo, substituindo-os por uma avaliação racional da necessidade. Isto se faz através da identificação dos pensamentos disfuncionais que influenciam o ato de comprar, e a mudança comportamental( estratégias) para evitar o ato impulsivo.Para isso se utilizam diferentes estratégias, como controle do dinheiro e limitação do crédito, realização do inventário de dívidas, redução do estresse com técnicas de relaxamento, exposição gradual a "locais de risco " , com prevenção da resposta compulsiva e preenchimento de um diário de despesas.

Causas do Comprar Compulsivo


As causas do comprar compulsivo são múltiplas. Potenza e colaboradores encontraram baixa atividade dopaminérgica( neurotransmissão) do sistema de recompensa cerebral em indivíduos com comportamentos como compras compulsivas, jogo patológico, numa pesquisa em 2001. Em 1997, Comings e colaboradores encontraram correlação entre o polimorfismo do gene D1( determinante de receptores dopaminérgicos) e associação entre jogo patológico, abuso de álcool, síndrome de Tourette( tiques motores e vocais) e compras compulsivas.

Também há a hipótese comportamental, como o aprendizado quanto ao manuseio do dinheiro. Os compradores compulsivos geralmente apresentam identidades frágeis, com baixa autoestima, muito suscetíveis à opinião alheia. Associado a essas vulnerabilidades, as propagandas e a pressão social para o consumo e ostentação criam o solo fértil para o crescimento do transtorno.Os gatilhos para o consumo são estressores psicossociais( angústia, ansiedade, frustrações, brigas, conflitos, discussões familiares e profissionais) pois causam emoções negativas que são compensadas pela "terapia das compras".

O diagnóstico não se baseia na quantia de dinheiro gasto, mas como o dinheiro é gasto na tentativa de aliviar sintomas e o grau de prejuízo e sofrimento gerado por isso. A maior parte das compras é feita para uso pessoal, mas uma parcela compra e presenteia outras pessoas.

Será que sou um comprador compulsivo?

Na investigação deste comportamento compulsivo, algumas perguntas são úteis no esclarecimento diagnóstico.
- Você tem preocupação excessiva com compras?
- Já tentou e não consegui reduzir ou controlar as compras?
- Muitas vezes se descontrola e acaba comprando mais do que poderia ou deveria?
- Você faz compras numa tentativa de aliviar a tristeza, angústia ou outra emoção negativa?
- Mente para encobrir o descontrole e a quantia que gastou com compras?
- Tem problemas financeiros causados pelas compras?

Compras Compulsivas


O comportamento de comprar compulsivamente é um sintoma psiquiátrico. Pode estar presente como diagnóstico primário ( oniomania), ou ser um sintoma de transtorno de humor, tanto na fase maníaca(eufórica), como na fase depressiva.

No primeiro caso, temos o excesso de preocupação e desejo de aquisição de objetos e a incapacidade de controlar compras e gastos financeiros. Estima-se que 1 indivíduo em cada 20 possuam características desse transtorno. O estímulo da mídia e o crédito fácil estimulam o comportamento perdulário em massa. O comprar compulsivo é crônico e repetitivo, mais comum em mulheres( 80% dos casos ), reconhecido como um transtorno de controle de impulsos, descrito inicialmente em 1915 como" impulso patológico "por Emil Kraeplin. O início se dá em torno dos 18 anos de idade, mas o diagnóstico costuma ser feito aos 30 anos. Os objetos preferidos entre as mulheres são roupas, sapatos, perfumes, maquiagem e jóias. Entre os homens há preferência de relógios, ternos caros, carros, eletroeletrônicos e acessórios.