No futuro, que já começou, através de um teste genético, o AMPLICHIP 450, podem-se detectar 28 alterações nos genes CYP2D6 e CYP2C19. Esses genes determinam o metabolismo de determinadas drogas nas células hepáticas. O gene CYP2D6 interfere no metabolismo de 1/4 dos medicamentos disponíveis no mercado farmacêutico. Dependendo do tipo de variante genética, um medicamento pode simplesmente não funcionar, intoxicar ou funcionar normalmente. Essa diferença de resposta a medicamentos sempre intrigou a Medicina. Agora podemos adaptar os tratamentos às características individuais do paciente. Sabemos que outros fatores influenciam, como o peso, a presença de alimentos no estômago( retardando a absorção), a frequência das doses e os horários( cronofarmacologia).
A Farmacogenética estuda a identificação de variantes genéticas que influenciam o modo como os medicamentos agem e são metabolizados no organismo.
Entre os diferentes perfis de metabolização existem os metabolizadores pobres, onde há uma lentificação no processo, com presença de mais efeitos colaterais e pouco benefício terapêutico; os metabolizadores extensivos, que têm um aproveitamento normal das drogas, tanto sentindo os efeitos terapêuticos como os efeitos colaterais; os metabolizadores intermediários, cujo processo é feito em ritmo reduzido, aproveitando menos os efeitos terapêuticos e sofrendo os efeitos colaterais; os metabolizadores ultrarrápidos, com os medicamentos sendo eliminados muito rapidamente, sem o aparecimento dos efeitos terapêuticos.
Na Farmacogenética Psiquiátrica, já dispomos de testes, realizados na USP, onde se medem os perfis individuais no metabolismo da fluoxetina(antidepressivo), Imipramina(antidepressivo), haloperidol(antipsicótico) e risperidona(antipsicótico). Muitos pacientes com quadros depressivos resistentes ou TOC( Transtorno Obsessivo-Compulsivo) puderam responder melhor, quando as doses foram ajustadas para o seu perfil metabólico.