quinta-feira, 17 de setembro de 2009

TDHA e Córtex Pré-Frontal


Atrás da sua testa existe a região frontal. A parte mais anterior da região frontal chama-se córtex pré-frontal . Disfunções no córtex pré-frontal participam dos sintomas do TDAH.
Veja as principais funções do córtex pré-frontal e as consequentes disfunções:


1-Distração

2-Falta de perseverança

3-Hiperatividade

4-Desorganização

5-Tendência ao adiamento

6-Atrasos crônicos, dificuldade de gerenciamento do tempo

7- Amplitude de atenção

8- Falhas de julgamento

9-Dificuldades de aprender com a experiência

10-Problemas de memória de curto prazo

11-Ansiedade social

12-Interpretações errôneas

13-Falta de disponibilidade das emoções

TDAH e Tratamento



O tratamento de primeira linha é o metilfenidato. Em 1992, o Instituto Nacional Americano de Saúde Mental observou que o tratamento isolado com metilfenidato foi superior ao tratamento comportamental e igual ao tratamento combinado( metilfenidato+ terapia comportamental).
O tratamento de segunda linha são os antidepressivos tricíclicos, principalmente a imipramina, a amitriptilina e a desipramina. A clomipramina pode ser usada em casos de comorbidade com transtorno obsessivo-compulsivo(TOC). A bupropiona é outra medicação de segunda escolha em casos de comorbidade com depressão ou tabagismo. Outra opção é atomoxetina, um antagonista do transportador pré-sináptico da noradrenalina.

TDAH ao longo da vida e Riscos do não-tratamento






Em torno de 30 a 70 % das crianças com TDAH continuam com sintomas na vida adulta. Entretanto, os sintomas de hiperatividade no adulto tendem a diminuir, mas os de desatenção permanecem constantes.
O TDAH está associado à precocidade do uso de drogas em cerca de três anos. O tratamento do TDAH é comprovadamente necessário para reduzir o risco do uso de drogas na adolescência e vida adulta. Dos usuários de cocaína, na vida adulta, 35 % deles tiveram diagnóstico de TDAH na infância. Dos usuários de drogas em geral, 24 % deles apresentavam o diagnóstico de TDAH na infância.
É a regra que os portadores de TDAH tenham outras doenças psiquiátricas concomitantes, principalmente transtorno desafiador e de oposição, transtorno de conduta, transtorno por uso de substâncias, transtornos de ansiedade e transtornos de humor.

Causas do TDAH


Mães de crianças com TDAH, durante a gravidez, apresentaram uma maior predisposição a complicações, demora para iniciar o trabalho de parto, toxemia, parto prolongado. A exposição a certas substâncias químicas como álcool e tabaco durante a gestação parece aumentar os riscos de TDAH.
Em exames de neuroimagem, alterações anatômicas foram verificadas, como áreas cerebrais menores em relação aos grupos- controle. A neuroimagem funcional mostra 10 % de redução do fluxo sanguíneo na região central do lobo frontal, núcleo caudado, região cingular anterior, no cortex pré-frontal e aumento do fluxo sanguíneo na área occipital. Há 10 % de diminuição do metabolismo da glicose em áreas pré-frontais.
Em relação aos neurotransmissores, a maioria dos estudos correlaciona o TDAH com falhas do sistema dopaminérgico e noradrenérgico em diferentes regiões cerebrais responsáveis pela atenção.
Pais com TDAH têm uma probabilidade 5 vezes maior de gerarem filhos com TDAH comparados com população em geral. Vários genes têm sido estudados. Provavelmente o TDAH é uma doença dependente da interação de diferentes genes( poligênica).

Subtipos de TDAH

Atualmente, são três as categorias reconhecidas no TDAH:

1- TDAH predominantemente Desatento= 6 ou mais sintomas de desatenção

2- TDAH predominantemente Hiperativo/Impulsivo= 6 ou mais sintomas de hiperatividade/Impulsividade

3- TDAH tipo Combinado= 6 ou mais sintomas de ambos