sábado, 21 de fevereiro de 2015

Transtorno Afetivo Bipolar( TAB)


  Segundo dados da OMS( Organização Mundial da Saúde), o TAB foi a sexta causa de incapacitação no planeta durante a década de 90. Estima-se que no Brasil existam 15 milhões de portadores da doença. Em virtude da alta comorbidade com abuso e uso de drogas, obesidade, transtornos de personalidade e mortalidade( 25 % comportamento suicida em jovens), o diagnóstico é imperativo para o controle dessa doença devastadora.
Quem sofre do distúrbio possui dificuldades em desempenhar suas atividades profissionais, manter uma vida afetiva equilibrada e cultivar relacionamentos a longo prazo, por não terem controle sobre seus pensamentos e comportamentos durante a doença.


                                        

   O tratamento com medicamentos é regra, geralmente mais de um medicamento é necessário para o controle adequado dos sintomas. Existe o uso dos medicamentos na fase aguda( esbatimento dos sintomas) e ou uso dos medicamentos continuamente para profilaxia de novos episódios.
O diagnóstico de doença mental nunca é simples pois faz aparecer uma série de preconceitos : a cronicidade da doença, a incurabilidade, a alteração da personalidade, a dificuldade de autogerenciamento, a perda da liberdade, a vigilância de terceiros. Essa imagem social e cultural prejudica a busca de tratamento. O tempo médio para a realização de diagnóstico correto pode levar até 10 anos!
Diante de situações estressoras, o bipolar pode gastar grandes somas de dinheiro( meter-se em dívidas) ou ficar depressivo e agressivo. Quando recebe uma notícia desagradável, cai de cama. A principal característica da doença é a instabilidade das funções cerebrais , variando de tristeza profunda à alegria excessiva. A memória e a concentração estão afetadas, podendo haver distração e déficit de armazenamento de informações. A velocidade do pensamento pode estar acelerado ou diminuído, dependendo das fases da doença. As mudanças de humor podem aparecer em poucas horas ou em poucos dias, às vezes durando dias, meses ou anos! O estado de humor mais duradouro é o depressivo. Além do humor, outras funções corporais ficam afetadas, como do controle dos movimentos( agitação ou lentificação), a impulsividade, o controle dos desejos e vontades.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade( TDAH)

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade( TDAH) é um transtorno neurobiológico extensivamente estudado, com marcadores genéticos conhecidos e um perfil de apresentação de neuroimagem funcional inequívoca. Apesar da resistência , por parte da mídia ou mesmo de outras áreas da medicina e psicologia, em aceitar esse diagnóstico, fica evidente a necessidade de tratamento para se evitarem prejuízos funcionais decorrentes do transtorno.

Abaixo estão listados  7 prejuízos produzidos pelo TDAH não-tratado:

1- Comportamento impulsivo na escola, com dificuldade em prestar atenção na aula, com queda do desempenho escolar, dificuldade de interação com os colegas e desrespeito das regras de convivência social. Por exemplo, a criança interrompe o professor, não espera a sua vez na fila, intromete-se em brincadeiras de outros colegas. Esses comportamentos inadequados geram uma exclusão  das atividades socializantes.

                                          
 

2- Baixo rendimento escolar, devido à ineficácia no padrão de concentração nas tarefas propostas em sala de aula e em casa. Muitos portadores do transtorno necessitam de aulas de reforço para compensar o atraso na aprendizagem. Devido ao baixo desempenho, acabam sendo rotulados de "burros", "inaptos", "preguiçosos", sofrendo uma discriminação por parte dos colegas e professores. O baixo desempenho leva à repetência escolar. O padrão negativo torna-se constante, levando a suspensões e expulsões frequentes.

3- Envolvimento com acidentes domésticos e escolares: ferimentos, fraturas e atropelamentos.

4- Aumento da vulnerabilidade ao uso de drogas: A desestabilização funcional aumenta o risco de uso abusivo de álcool e drogas com a proximidade da pré-adolescência e adolescência. Muitos portadores tornam-se tabagistas, por comportamento imitativo ao se inserirem em grupo de pares desviantes.A exclusão social e a baixa aceitação levam-nos a buscar a aprovação de grupos com comportamento antissocial, aumentando o risco de comportamentos como gravidez na adolescência e postura opositora-desafiante.

5- Desistência acadêmica e desemprego: O baixo desempenho escolar resulta em interrupção escolar prematura, com desistência na meta de seguir os estudos numa faculdade e menor qualificação profissional decorrentes desse despreparo. Isso produz uma espiral descendente de resultados, como baixa permanência em empregos ou desemprego crônico. 

6- Instabilidade nas relações Interpessoais:  A deficiência neuroquímica leva ao descontrole dos impulsos e dificuldade de gerenciamento emocional, com o surgimento de brigas, discussões, rompimentos intempestivos, comportamentos imaturos e dependência emocional dos pais e cônjuges. 

7- Queda na qualidade de vida: O não-tratamento leva a uma  cronificação de sintomas, com menor qualidade de vida, ruptura de vínculos afetivos, surgimento de quadros depressivos, baixa autoestima, insatisfação no trabalho e nas relações interpessoais e aumento de infrações no trânsito e acidentes automobilísticos.