Os medicamentos são vitais no tratamento do TAB. Eles diminuem a intensidade e número de episódios da doença. Devido à forte ligação genética e biológica da doença, o desequilíbrio neuroquímico precisa ser corrigido com a associação de medicamentos estabilizadores de humor(EH). Genes e disfunções cerebrais não são curáveis, mas as disfunções decorrentes são controláveis. O uso do lìtio pode reduzir a mortalidade desses pacientes em até 7 vezes( suicídio, distúrbios imunológicos e acidentes). As medicações também regulam os ritmos biológicos, como o sono e apetite. Quanto mais precoce a introdução dos medicamentos, melhor, para a neuroproteção, já que a doença possui um comportamento tóxico para o cérebro, causando atrofia neuronal. O tempo para ação dos medicamentos leva 2 a 3 semanas para surgir, mas os resultados mais claros demandam meses ou anos.
Mesmo com o avanço nas pesquisas farmacológicas, muitos pacientes mantêm sintomas residuais nas intercrises, quando então a psicoterapia é uma modalidade de tratamento importante. Ela ajuda as pessoas a aceitarem a doença, a se conhecerem melhor, a reconhecerem os pródromos( primeiros sinais) dos surtos. Como uma das principais causas das crises é o abandono do tratamento medicamentoso( "o paciente acha que não tem nada"), a psicoterapia precisa engajar o paciente no uso contínuo das medicações. Nas fases agudas ,a psicoterapia é apenas de apoio, já que o paciente não controla suficientemente suas funções psíquicas para aproveitar a psicoterapia investigativa. Depois que o surto passou, a psicoterapia oferece a sua ação psicoeducativa e investigativa das funções psíquicas. A reconstrução da vida, a elaboração dos prejuízos durante as crises, a autoaceitação, a modelação dos vínculos afetivos seriamente danificados pela doença, são objetivos a serem trabalhados na psicoterapia.