A personalidade é o conjunto de características únicas de cada pessoa. Uma pessoa é singular na sua constituição e estruturação psíquica. Mesmo convivendo no mesmo ambiente, enfrentando as mesmas experiências ambientais, cada indivíduo reage de maneira pessoal. Portanto, somos importantes no universo, para compor a "diversidade complementar."
O que determina a personalidade de cada um de nós? A interação da constituição genética com o meio ambiente no qual estamos inseridos. A genética ( genótipo) determina o temperamento, enquanto que o meio ambiente e suas demandas determinam o caráter. A personalidade é o somatório do temperamento e do caráter.
Quando uma personalidade desvia-se dos comportamentos esperados para uma cultura, estamos diante de um transtorno. O transtorno de personalidade precisa de tratamento, pois causa muito sofrimento no mundo. O portador do transtorno sofre, mas nega e se recusa a aceitar tratamento na maioria das vezes. Isso ocorre porque a estruturação da personalidade se fez às custas de distorções psicológicas. Admitir o transtorno é admitir que o seu eu, a sua identidade é defeituosa e precisa de retificação. Isso gera resistência, para uma tentativa de manutenção da personalidade, mesmo que doentia. Geralmente os portadores do transtorno são levados a tratamento e acabam desistindo, trocando de terapeutas dezenas de vezes.
No transtorno de Personalidade o paciente rompe com as regras da boa convivência social.Os sintomas aparecem na adolescência e se intensificam na vida adulta. Os traços do transtorno são nocivos à sociedade e às pessoas próximas. As atitudes são erráticas, mal-adaptativas, desarmônicas, causando sofrimento generalizado. Há uma inadaptação e angústia constantes, dificuldade de aprender com os erros, o que leva à repetição sistemática dos mesmos e piora sem tratamento.
O diagnóstico é feito pela avaliação longitudinal( biografia) do indivíduo, diante de diferentes contextos, utilizando-se múltiplas fontes de informação e entrevistas abertas e testagem psicológica.