O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade( TDAH) é um transtorno neurobiológico extensivamente estudado, com marcadores genéticos conhecidos e um perfil de apresentação de neuroimagem funcional inequívoca. Apesar da resistência , por parte da mídia ou mesmo de outras áreas da medicina e psicologia, em aceitar esse diagnóstico, fica evidente a necessidade de tratamento para se evitarem prejuízos funcionais decorrentes do transtorno.
Abaixo estão listados 7 prejuízos produzidos pelo TDAH não-tratado:
1- Comportamento impulsivo na escola, com dificuldade em prestar atenção na aula, com queda do desempenho escolar, dificuldade de interação com os colegas e desrespeito das regras de convivência social. Por exemplo, a criança interrompe o professor, não espera a sua vez na fila, intromete-se em brincadeiras de outros colegas. Esses comportamentos inadequados geram uma exclusão das atividades socializantes.
2- Baixo rendimento escolar, devido à ineficácia no padrão de concentração nas tarefas propostas em sala de aula e em casa. Muitos portadores do transtorno necessitam de aulas de reforço para compensar o atraso na aprendizagem. Devido ao baixo desempenho, acabam sendo rotulados de "burros", "inaptos", "preguiçosos", sofrendo uma discriminação por parte dos colegas e professores. O baixo desempenho leva à repetência escolar. O padrão negativo torna-se constante, levando a suspensões e expulsões frequentes.
3- Envolvimento com acidentes domésticos e escolares: ferimentos, fraturas e atropelamentos.
4- Aumento da vulnerabilidade ao uso de drogas: A desestabilização funcional aumenta o risco de uso abusivo de álcool e drogas com a proximidade da pré-adolescência e adolescência. Muitos portadores tornam-se tabagistas, por comportamento imitativo ao se inserirem em grupo de pares desviantes.A exclusão social e a baixa aceitação levam-nos a buscar a aprovação de grupos com comportamento antissocial, aumentando o risco de comportamentos como gravidez na adolescência e postura opositora-desafiante.
5- Desistência acadêmica e desemprego: O baixo desempenho escolar resulta em interrupção escolar prematura, com desistência na meta de seguir os estudos numa faculdade e menor qualificação profissional decorrentes desse despreparo. Isso produz uma espiral descendente de resultados, como baixa permanência em empregos ou desemprego crônico.
6- Instabilidade nas relações Interpessoais: A deficiência neuroquímica leva ao descontrole dos impulsos e dificuldade de gerenciamento emocional, com o surgimento de brigas, discussões, rompimentos intempestivos, comportamentos imaturos e dependência emocional dos pais e cônjuges.
7- Queda na qualidade de vida: O não-tratamento leva a uma cronificação de sintomas, com menor qualidade de vida, ruptura de vínculos afetivos, surgimento de quadros depressivos, baixa autoestima, insatisfação no trabalho e nas relações interpessoais e aumento de infrações no trânsito e acidentes automobilísticos.