sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Transtorno Afetivo Bipolar(TAB) e Esquizofrenia


Mais de 15 milhões de pessoas no Brasil são portadores de TAB. Pesquisas recentes têm investigado a relação entre a esquizofrenia e o transtorno Afetivo Bipolar. Na classificação diagnóstica, os dois transtornos são mantidos separados. Contudo, pesquisas genéticas encontraram raízes similares nos dois transtornos.

Isso se verifica na prática clínica. Os pacientes com o TAB tipo I, que cursam com maior comprometimento mental, com surtos depressivos e maníacos francos, manifestam muitos sintomas psicóticos na sua evolução. Em alguns surtos agudos, a diferenciação entre os sintomas esquizofreniformes e os delírios maníacos fica difícil. Muitos pacientes evoluem para o diagnóstico de TAB, respondendo aos estabilizadores de humor, outros evoluem para quadros psicóticos mais deteriorantes, incluindo a esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo. No início do século, Emil Krapelin separou na classificação diagnóstica essas duas patologias. Parecia que na esquizofrenia o curso era mais grave e deteriorante, tendo sido chamado de " demência precoce". No transtorno bipolar( antigamente psicose maníaco-depressiva), o prognóstico era melhor( ?).
Estudos de biologia molecular encontraram sobreposição de sintomas na bipolaridade e esquizofrenia. Talvez no futuro tenhamos que rever nossas classificações diagnósticas, levando em consideração a psicose como marcador. Teríamos um espectro psicótico, onde o TAB tipo I e a esquizofrenia estariam na mesma faixa diagnóstica.
Interessante é o fato que os antipsicóticos de segunda geração tratam tanto os sintomas psicóticos da esquizofrenia como estabilizam o humor no TAB. O curso crônico do TAB produz perda cognitiva ( memória, concentração, juizo crítico) com atrofia neuronal, exatamente como ocorre na esquizofrenia. Os outros TAB, tipo II, III e IV são mais leves que o tipo I e respondem a doses baixas de estabilizadores de humor. O TAB tipo I necessita de doses mais altas de estabilizadores de humor e a associação de antipsicóticos muitas vezes.
No futuro teremos que rever as classificações diagnósticas em virtude da sobreposição dessas duas doenças mentais graves.

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