O que Dominique Strauss-Khan, Gary Hart e Roger Abdelmassih possuem em comum?
Todos se envolveram em escândalos amorosos ou sexuais que destruíram as suas vidas, carreiras e o futuro.
Gary Hart, ex-candidato à presidência dos Estados Unidos em 1987, desistiu da candidatura em virtude de rumores de envolver-se em um caso extraconjugal. De candidato com boas chances de vencer, sua popularidade caiu pela metade nas prévias do partido democrata, que acabou sendo vencida por Michael Dukakis, então governador de Massachusetts.
Dominique Strauss-Khan, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2007, foi preso em avião da companhia aérea Air France quando se preparava para viajar a Paris (França), na tarde do sábado (14) após denúncia de que supostamente teria cometido abuso sexual contra uma camareira de um hotel de Nova York (EUA).
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado no ano passado a 278 anos de prisão por estuprar sistematicamente suas pacientes, é acusado de implantar embriões fertilizados de outros casais no útero de futuras mães. A paternidade de parte dos 8 mil bebês concebidos na clínica de fertilização do ex-médico está sendo questionada. Esta semana a revista Época faz novas revelações bombásticas sobre ele.
O que leva esses personagens públicos terem comportamentos tão desabonadores, irracionais e criminosos?
Dois deles comprometeram o seu futuro político.
O outro foi parar na cadeia.
No caso ex-médico Roger Abdelmassih trata-se de um comportamento flagrantemente psicopático, isto é, desrespeito aos direitos dos outros, às normas sociais e à lei. Está no lugar certo, a cadeia. Não existe tratamento eficaz para reabilitar esse tipo de estrutura de personalidade, também conhecida como transtorno de personalidade antissocial ou dissocial. Utilizou-se de uma condição de poder para abusar de pacientes e famílias.
No caso do político Dominique Strauss-Khan não sabemos ainda, mas se suspeita que ele tenha tentado estuprar outras mulheres. Seu "tendão de aquiles" eram as mulheres, diz a mídia. Se o comportamento criminoso for confirmado, ele pode ser condenado até 25 anos de prisão. Sua fiança foi negada e ele está detido nos Estados Unidos.
No caso de Gary Hart parece ter sido um deslize conjugal, mas com repercussão nacional. Bill Clinton, outro político famoso, envolveu-se com uma estagiária na Casa Branca. Provavelmente isso lhe custou muitos dividendos políticos e talvez tenha contribuído para a derrota de Hillary Clinton na convenção do partido democrata. Quem sabe?
O que esses casos possuem em comum é o preço muito alto por algo tão barato e disponível hoje em dia, como as relações amorosas e sexuais. Esses homens não foram capazes de conter os seus impulsos e agiram sem pensar nas consequências. O prejuízo que tiveram supera em anos-luz o prazer fugaz que tiveram ou quase tiveram. O prazer da transgressão também não valeu o preço. Tais comportamentos, em figuras com poder e autoridade, mostra a fragilidade da mente humana, a sua irracionalidade e a sua impulsividade.
Em escala menor, todos os homens e mulheres que estão vendo esses exemplos públicos, devem se questionar sobre esses comportamentos em suas vidas privadas. Quantos casamentos destruídos? Quantos empregos desperdiçados? A confiança construída durante anos desmorona em pouco tempo. Por que homens tão inteligentes podem ser tão tolos? Porque ter inteligência numa área específica não é o mesmo que ser inteligente ou ter um código de ética pessoal.
Mas o que se passa na mente dessas personalidades?
Imagino que na mente de um psicopata passa a ideia de que ele não vai ser desmascarado. Que o risco ou a emoção do risco tem um apelo adictivo. Uma pessoa precisa achar-se muito esperta para lesar os outros e achar que a máscara nunca vai cair. " Toda a esperteza é burra a longo prazo". O que mais chama a atenção nessas pessoas é total indiferença quanto aos danos causados ao mundo. Eles são totalmente insensíveis. E aí está o seu verdadeiro tendão de aquiles, negligenciar as emoções. Sem emoções, as avaliações ficam estéreis, pois a razão descamba para a racionalização, isto é, torna-se uma máquina de inventar explicações pseudológicas para comportamentos arriscados.
Imagino, ou intuo, que no caso dos políticos assediadores de mulheres ou puladores de cerca, que eles são tão charmosos que as mulheres abusadas não vão denunciar. Ou eles são tão poderosos, que podem tudo em nome desse poder para silenciar as vítimas, pelo medo nelas gerado de que a corda estoura sempre na parte mais fraca. Essa hipótese se confirma, a partir do momento que a corda fica mais forte, isto é, uma mulher denuncia e outras denunciam em sequência, num enxurrada de mulheres amedrontadas se unindo contra o poderoso que estava impune. Poderosos já têm o poder, o que lhes resta a não ser o tédio? Transgredir é um esporte para espantar o tédio do acúmulo de poder. Ou esses "homens" seriam apenas humanos, dando vazão incontida ao seus instintos animais, primevos e antissociais.
Muitas possibilidades se apresentam. Mas a vida em sociedade demanda o cumprimento de deveres. Aqueles que desrespeitam as regras, sejam quais forem os motivos, razoáveis ou irracionais, precisam responder integralmente pelos seus atos e escolhas. Eles esqueceram que preço a pagar já está no ato assumido. A pergunta racional, que leva segundos, é: Esse preço é alto ou baixo? Depois de pago, que desdobramentos decorrerão dele? Quanto vale o desperdício de uma vida breve? São perguntas que não foram feitas no momento adequado ou nunca serão feitas no quarto gélido de concreto de uma prisão.
Mas o que se passa na mente dessas personalidades?
Imagino que na mente de um psicopata passa a ideia de que ele não vai ser desmascarado. Que o risco ou a emoção do risco tem um apelo adictivo. Uma pessoa precisa achar-se muito esperta para lesar os outros e achar que a máscara nunca vai cair. " Toda a esperteza é burra a longo prazo". O que mais chama a atenção nessas pessoas é total indiferença quanto aos danos causados ao mundo. Eles são totalmente insensíveis. E aí está o seu verdadeiro tendão de aquiles, negligenciar as emoções. Sem emoções, as avaliações ficam estéreis, pois a razão descamba para a racionalização, isto é, torna-se uma máquina de inventar explicações pseudológicas para comportamentos arriscados.
Imagino, ou intuo, que no caso dos políticos assediadores de mulheres ou puladores de cerca, que eles são tão charmosos que as mulheres abusadas não vão denunciar. Ou eles são tão poderosos, que podem tudo em nome desse poder para silenciar as vítimas, pelo medo nelas gerado de que a corda estoura sempre na parte mais fraca. Essa hipótese se confirma, a partir do momento que a corda fica mais forte, isto é, uma mulher denuncia e outras denunciam em sequência, num enxurrada de mulheres amedrontadas se unindo contra o poderoso que estava impune. Poderosos já têm o poder, o que lhes resta a não ser o tédio? Transgredir é um esporte para espantar o tédio do acúmulo de poder. Ou esses "homens" seriam apenas humanos, dando vazão incontida ao seus instintos animais, primevos e antissociais.
Muitas possibilidades se apresentam. Mas a vida em sociedade demanda o cumprimento de deveres. Aqueles que desrespeitam as regras, sejam quais forem os motivos, razoáveis ou irracionais, precisam responder integralmente pelos seus atos e escolhas. Eles esqueceram que preço a pagar já está no ato assumido. A pergunta racional, que leva segundos, é: Esse preço é alto ou baixo? Depois de pago, que desdobramentos decorrerão dele? Quanto vale o desperdício de uma vida breve? São perguntas que não foram feitas no momento adequado ou nunca serão feitas no quarto gélido de concreto de uma prisão.
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