A depressão bipolar é a manifestação de um polo do transtorno Afetivo Bipolar(TAB). Caracteriza-se por sintomas depressivos atípicos, como hipersonia( excesso de sono), hiperfagia( aumento do apetite), lentificação psicomotora, irritabilidade associada, oscilação de humor com variabilidade diurna. Por ser uma manifestação depressiva, costuma ser confundida com a depressão unipolar. A depressão unipolar é a depressão sem a oscilação do humor do TAB.
É muito importante a diferenciação diagnóstica por vários motivos. Primeiro, o tratamento da depressão bipolar se faz com o uso de estabilizadores de humor(EH) e não de antidepressivos. Inclusive os antidepressivos podem piorar a evolução do TAB, induzindo a aceleração das oscilações de humor, piora da irritabilidade e euforia( polo maníaco da doença), podendo desencadear um " surto maníaco franco."
A história familiar do paciente é de suma importância na elaboração diagnóstica. Como se trata de uma doença sabidamente genética, a presença de familiares com sintomas semelhantes aumenta o grau de suspeição dessa patologia. Quando estamos examinando o paciente( corte transversal), temos um momento no tempo cronológico. Precisamos de um tempo maior( corte longitudinal), que ligue a evolução dos sintomas desde o passado até o momento presente. A avaliação conjunta transversal e longitudinal aumentam a fidedignidade do diagnóstico.
Uma vez feito o diagnóstico de depressão bipolar, prescrevemos EH. Se esses sozinhos não funcionarem, fazemos associações com outros EH. Em último caso, associamos antidepressivos em casos selecionados, sempre tomando o cuidado de não usá-los sozinhos .
Sabemos que o número de pessoas depressivas bipolares é muito maior do que os diagnósticos atuaís englobam. O espectro bipolar chega a alcançar até 7 % da população em estudos epidemiológicos recentes. Portanto, a acurácia diagnóstica vai ser cada vez mais importante para o tratamento adequado dessa grave patologia.
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