A depressão é uma doença comum, que se caracteriza por períodos de tristeza, choro fácil, pensamentos negativos, inclusive com idéias suicidas, desânimo, cansaço físico e mental, perda de sono ou excesso de sono, diminuição de apetite ou aumento de apetite, desesperança, sensação de baixa autoestima, culpas excessivas, preocupações desproporcionais aos estímulos.
Para diagnosticarmos um episódio depressivo, o paciente precisa apresentar a maior parte dos sintomas citados por um tempo mínimo de duas semanas, durante a maior parte do dia, com comprometimento da sua qualidade de vida- âmbito pessoal, profissional, cuidados da vida diária e social.
O profissional habilitado a realizar o diagnóstico e diferenciar o tipo de depressão é o psiquiatra. Há muita confusão na cabeça dos pacientes, que não sabem a quem recorrer. O ideal é a consulta com o especialista, que está familiarizado com os subtipos dessa doença. Os psicólogos, apesar de possuírem noções de psicopatologia, não estão treinados para realizar o diagnóstico diferencial. Muitas doenças físicas podem mimetizar os sintomas depressivos. Então, somente o médico está habilitado a fazer o diagnóstico clínico.
Entre as doenças físicas que podem causar sintomas depressivos estão os distúrbios endocrinológicos(hipotireoidismo, hipertireoidismo), além de outras doenças crônicas( AIDS, diabetes, Insuficiência renal crônica, câncer de pâncreas). Há medicamentos que induzem sintomas depressivos( anti-hipertensivos, pílulas anticoncepcionais, corticosteróides).
Devemos diferenciar a tristeza comum da depressão clínica. A depressão é uma doença que precisa de tratamento medicamentoso e psicoterápico, enquanto a tristeza é uma oscilação eventual, que pode ser desencadeada por eventos circunstanciais.
Se o paciente receber o diagnóstico , deverá usar medicamentos a longo prazo, pois a interrupção brusca dos medicamentos poderá desencadear a recaída dos sintomas. Se for um primeiro episódio, o tempo médio de tratamento é de 1 ano e 6 meses a dois anos. Geralmente pacientes com depressão num primeiro episódio tem um risco de 50 % de apresentar a recorrência dos sintomas, mesmo completando esse tempo mínimo de tratamento. Quanto mais episódios depressivos recorrentes, maior o percentual cumulativo de recaídas. A chance de manifestar um segundo episódio sobe para setenta por cento a partir do primeiro. A partir de um terceiro episódio, a chance de recaída chega a noventa por cento. Portanto, quanto mais episódios depressivos, maior a necessidade de uso prolongado dos antidepressivos ou mesmo o uso contínuo.
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