Quando nascemos, alguns reflexos são inatos. Se pegarmos um bebê recém-nascido e o colocarmos de barriga para baixo, com o rosto contra o colchão, ele vai desviar o rosto reflexamente depois de alguns segundos( fuga da asfixia), para respirar. Se colocarmos nosso dedo na mão do bebezinho, ele vai prender( reflexo de prensão) , assim por diante. Esses reflexos herdados evolutivamente são os reflexos incondicionados.
Podemos produzir fobias em laboratório, como foi feito no experimento do "pequeno Albert", onde uma criança foi exposta a bichinhos aos quais não demonstrava nenhum medo. O pesquisador então começou a disparar campainhas estridentes toda vez que um animalzinho aparecia. O pobre Albert, quero dizer, pequeno Albert, desenvolveu fobia dos animais. Bastava aparecer um animalzinho, que ele entrava em crise de ansiedade. Isso foi documentado em vídeo.
O primeiro pesquisador que estudou esse tipo de condicionamento, foi Ivan Pavlov, um cientista russo. Ele denominou essa reação de condicionamento de dois estímulos pareados( emparelhados) de condicionamento clássico. No condicionamento clássico, um estímulo incondicionado é associado com um estímulo neutro, provocando uma resposta condicionada. Vamos a um exemplo: no caso do experimento clássico, foi feito com um cão. O cão salivava, quando estava com fome( reflexo incondicionado). Então o cientista pareou uma campainha( estímulo neutro) com a salivação e criou uma resposta condicionada. Depois, basta tocar a campainha , que o cão salivava.
Agora vamos entender uma fobia específica. Temos um estímulo incondicionado( autopreservação, medo da destruição) e temos um estímulo neutro( chuva e trovões). Numa situação específica, a pessoa pode ter passado por uma experiência ameaçadora para sua vida, durante uma tempestade e acabou "relacionando" o estímulo neutro com a ameaça de destruição. Agora toda vez que se prepara o tempo para chuva, o organismo reage como se fosse ser destruído! Está criada a fobia!
As fobias são generalizáveis. Isso quer dizer que a pessoa pode começar com um objeto ou situação e ir mudando para outros objetos e situações correlacionadas. Muitas vezes não conseguimos chegar à origem da fobia, pois ela se transmutou no decorrer dos anos. Um exemplo interessante é o medo de travesseiro( de pena), oriundo de uma fobia inicial de medo de galinha. Tanto o travesseiro como a galinha possuem penas!. Por isso, não nos interessa muito saber a origem das fobias, mas sim a causa das fobias, para introduzirmos os tratamentos!
Outros fatores contribuintes na instalação de fobias são o condicionamento vicário e a transmissão de informações.
No condicionamento vicário, o indivíduo aprende um comportamento pela modelagem. Durante a exposição a objetos e situações fóbicas, aprende por imitação. Essa teoria vem de Bandura( teoria da aprendizagem social). Se o modelo( geralmente pais e cuidadores), selecionam uma resposta fóbica, a criança copia esse comportamento, instalando no seu modelo mental.
Na transmissão de informações e instruções, através do discurso de modelos, a pessoa pode anexar informações verbais tendenciosas na sua representação mental, gerando ansiedade decorrente das distorções. Pessoas com fobia do trânsito ou viagens, podem ter sido "orientadas" exaustivamente quanto ao perigo de acidentes, morte nas estradas e outras tragédias. Isso reforça o medo cognitivo ,com magnificação do risco imaginário,muito diferente do risco estatístico.
Em suma, segundo a teoria de Rachman, os três possíveis caminhos para a instalação de uma fobia são: o condicionamento clássico, o condicionamento vicário e transmissão de instruções, agindo sinergicamente para a o resultado patológico.
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