quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mente-Corpo-Sistema Imunológico

Queda de cabelo, enxaqueca, candidíase de repetição, alergias de pele, ataques de pânico, crises hipertensivas, déficits de memória, desconcentração, apreensão, contraturas musculares, sudorese profusa, descontrole emocional. Esses são alguns dos sinais do estresse fisiológico.
A Psiconeuroimunologia é um campo de estudo que investiga a ligação intrínseca e recíproca de sistemas orgânicos como psiquismo, o sistema endócrino , neurológico e imunológico.
No 23° ciclo de Avanços em Clínica Psiquiátrica, que ocorreu em Porto Alegre nos dias 21 e 22 de maio de 2010, houve um debate sobre estudos recentes nessa área.
Cada vez mais as pesquisas avançam no sentido de correlacionar esses sistemas de regulação orgânica. A Psiconeuroimunologia entende que o indivíduo é um sistema biopsicossocial e quaisquer alterações num dos componentes do sistema afeta os demais.
O estresse explica o desencadeamente de inúmeras doenças físicas e mentais, que são causadas pela ativação aguda ou crônica do Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), responsável pelas ordens de secreção de hormônios como cortisol e adrenalina. A hipersecreção desses hormônios afetaria o equilíbrio do organismo( homeostase), provocando as doenças. Inclusive uma nova frente de pesquisas estuda o desenvolvimento de classes de antidepressivos que atuem nesse eixo do estresse, ao invés dos antidepressivos atuais, que atuam na neurotransmissão central.





O hipotálamo é uma região cerebral , responsável pela memória , que possui receptores para o cortisol. O cortisol agudo até melhora a memória, porque deixa a pessoa mais atenta. Por outro lado, a ocupação crônica desses receptores, como ocorre em quadros crônicos de estresse( e depressão), causa a morte neuronal, com consequente perda de memória. O controle do estresse, o tratamento da depressão e ansiedade e  a prática de atividades físicas são medidas preventivas e terapêuticas nesses casos. Aventa-se também a utilização de antiinflamatórios associados ao tratamento antidepressivo, para neutralizar o estado de inflamação sistêmica( que afeta todo o organismo).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

TOC( Transtorno Obsessivo- Compulsivo)

O TOC( Transtorno obsessivo-compulsivo) é um transtorno de ansiedade que envolve obsessões ou compulsões recorrentes que consomem tempo e causam dificuldades na vida diária.

As obsessões são pensamentos invasivos, parasitários, que interferem no fluxo normal do pensamento, causando sofrimento emocional e angústia subjetiva. Podem ser palavras, frases, rimas, de diferentes conteúdos( religiosos, blasfêmias, absurdos, obscenidades). Há também imagens vívidas, retratando cenas violentas, sexuais ou perturbadoras. Em níveis mais estruturados, há as crenças irracionais, medos obsessivos, rituais obsessivos, ruminações obsessivas.

As compulsões são atos repetitivos, a fim de aliviar as obsessões. Muitas vezes esses comportamentos tornam-se ritualísticos, desde cantar músicas, executar limpezas exageradas e metódicas e uma gama de comportamentos anulatórios das obsessões( lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais( orar, contar, repetir palavras em silêncio). A não realização do ato compulsivo gera uma ansiedade muito grande no paciente.

Esses sintomas causam acentuado sofrimento, consomem tempo( mais de 1 hora por dia) ou interferem significativamente na rotina, no funcionamento ocupacional( ou acadêmico), em atividades ou em relacionamento sociais habituais do indivíduo.

O indivíduo reconhece que as obsessões e compulsões são excessivas e irracionais( ego-distonia). Para que efetuemos o diagnóstico, outras patologias psiquiátricas precisam ser excluídas, como o uso de substâncias, uma condição médica geral, ou outros transtornos psiquiátricos que cursem com sintomas obsessivo-compulsivos. Também precisamos diferenciar "traços obsessivo-compulsivos", que são constituintes normais da personalidade adulta, de intensidade leve a moderada, sem gerar sofrimento subjetivo( ego-sintonia), pois dessa diferenciação vai depender a modalidade de tratamento.
Muitos pacientes obsessivo-compulsivos vivenciam a diminuição significativa na capacidade funcional, incluindo perda do emprego, separação conjugal e dificuldades nos relacionamentos interpessoais.