O lítio( carbonato de lítio), introduzido no fim dos anos 40, foi o primeira "droga maravilhosa" na Psiquiatria. Foi a primeira medicação no tratamento dos episódios maníacos e depressivos do TAB, permanecendo um dos mais efetivos( padrão golden standard) no tratamento da doença.
Nos últimos 15 anos, os mecanismos moleculares subjacentes ao tratamento da desordem bipolar começaram a emergir, baseados em estudos conduzidos em animais, que identificaram efeitos neuroprotetores e neurotróficos dessa medicação.
Algumas regiões cerebrais , em estudos de neuroimagem, sofrem reduções, principalmente as envolvidas na regulação do humor.
Numa extensiva pesquisa publicada na Biological Psychiatry, onze grupos internacionais reuniram dados de neuroimagem de adultos com TAB. Esta meganálise identificou diferenças na estrutura cerebral dos pacientes afetados em comparação ao grupo controle.
Os pacientes com TAB tiveram aumento dos ventrículos laterais, do lobo temporal e do volume do putamen direito. Os indivíduos doentes que não estavam usando lítio tiveram uma redução nos volumes cerebral e hipocampal, quando comparados com os indivíduos saudáveis. Mais importante, entretanto, é que os pacientes com TAB tratados com lítio, demonstraram um aumento hipocampal( relacionado com a memória e orientação espacial) e da amigdala( respostas emocionais), quando comparados com os pacientes não tratados e controles saudáveis.
"Esta importante meganálise dá suporte aos estudos demonstrativos de alterações cerebrais associadas ao TAB, mas também envia um sinal de esperança para o tratamento dessa doença, através da redução dos déficits associados", ressalta o Dr. John Krystal, editor da Biological Psychiatry.
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