Apesar do metilfenidato demonstrar eficácia terapêutica da ordem de 70 a 90 % em relação aos sintomas do transtorno, sabemos que o TDAH é mais complexo do que simplesmente controlar os sintomas da doença.
Muitos pacientes descobrem que são hiperativos ou desatentos depois de anos de evolução do transtorno e já apresentam déficits neurobiológicos e comportamentais instalados. O que fazer para tratar as consequências do transtorno na fase crônica?
Costumo dizer que o metilfenidato ou outras medicações ( atomoxetina, bupropiona, venlafaxina, modafinila) vão controlar os sintomas agudos da doença, devolvendo ao paciente a capacidade de ter um cérebro normal. Entretanto, as medicações não vão ensinar o paciente a corrigir os vícios compensatórios adquiridos ao longo de anos! Formou-se um círculo vicioso, em que a hipoatividade neuronal levou o paciente a usar vias neuronais anômalas alternativas para contornar a deficiência e com isso gerou distorções comportamentais consequentes.
Cabe a uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, psicopedagogos, orientadores educacionais, reorganizar " a agenda mental" e a "agenda cotidiana" desse indivíduo.
A combinação entre medicação e terapia comportamental resultou na maior taxa de sucesso, 68%. Essa pesquisa ressalta a importância do tratamento combinado. Os pais e educadores podem ajudar as crianças e adultos com TDAH a lidar com as tarefas com mais organização e menos impulsividade. Uma estratégia é contar até 10 antes de emitir uma resposta, como treinamento de controle de impulsos. Cartões com dizeres com "Pare", ajudam na tarefa. Outra estratégia é o estabelecimento de cronograma de metas, com objetivos claros e alcançaveis diariamente.
Outro recurso tecnológico que está sendo testado é o neurofeedback, que funciona através de jogos interativos no computador, que ensinam as crianças a influenciar conscientemente suas ondas cerebrais. Elas podem ficar mais atentas e calmas se reforçarem certos tipos de ondas cerebrais e reduzirem outras. Sons, músicas ou vídeos são a recompensa quando conseguem a alteração desejada. Geralmente as sessões duram 30 a 40 minutos três a quatro vezes por semana, num período de seis a dez semanas.
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